quarta-feira, 1 de setembro de 2010

VOTO DE PROTESTO: OPÇÃO PERIGOSA


Em decorrência da insatisfação que algumas pessoas apresentam pela forma como a política é praticada no Brasil, é comum os eleitores manifestarem seu descontentamento através de uma conduta conhecida como “voto de protesto”, que normalmente se dá pela escolha de candidatos com jeito exótico, brincalhão ou com algum traço apelativo, distantes das qualidades necessárias para o exercício de qualquer função pública, como competência, experiência, liderança e moralidade. Porém, esta opção parece pouco acertada, em virtude das consequências prejudiciais dela decorrentes.

Primeiramente, percebe-se que esta conduta é incompatível com a Lei do Progresso, porque pretende mudar a política tornando-a, intencionalmente, pior do que já está. A situação fica ainda mais comprometedora quando os “votos de protesto” para o Legislativo possibilitam a eleição de outros candidatos, beneficiados pelo coeficiente eleitoral, que são nomeados quase sem representatividade. Os artistas e figuras folclóricas, quando eleitos pelo "voto de protesto", costumam arrastar outros candidatos ruins da mesma coligação.

O Brasil possui diversos exemplos de candidatos escolhidos pelo "voto de protesto" que se mostraram sem atuação, por desconhecimento ou despreparo diante dos assuntos referentes à coisa pública ou que se ligaram a grupos de interesses para se beneficiar da posição política alcançada.

O sentimento íntimo de insatisfação é um dos mecanismos da Lei do Progresso, que impele o ser humano a buscar sempre o melhor. Quando estamos insatisfeitos, a atitude natural e sensata é encontrar formas de gerar bem-estar, ou seja, reformar o que não nos agrada. Mas o que se observa com o tal "voto de protesto" é a opção por alguém, reconhecido pelo próprio eleitor, como incapaz de mudar a realidade incômoda vivenciada, mas que é escolhido apenas por deboche, galhofa ou revolta, normalmente fruto da descrença de que qualquer outro candidato possa fazer algo capaz de melhorar a situação atual.

É muito difícil sabermos se os nossos escolhidos realmente irão cumprir com os compromissos assumidos, porém, é relativamente fácil perceber que alguns não têm condições de desempenhar funções públicas relevantes. Em outras palavras, não é tão simples identificar quem é bom, porém, evitando os preconceitos, muitos são nitidamente incapazes de assumir a tarefa a que se propõem. Para protestar e reformar o que não nos agrada, também precisamos usar o mínimo de bom senso e discernimento.

6 comentários:

  1. Thiago de Araujo Gomes2 de setembro de 2010 às 15:27

    Essa história é muito antiga e ainda existem muitas pessoas com esse pensamento. Lembram do Cacareco que recebeu mais de 100 mil votos para vereador? Muitos políticos ainda invejam esse feito.
    Vamos ter consciência, mudança não quer dizer jogar o voto fora

    ResponderExcluir
  2. Valeu pela contribuição, Thiagão.

    Um abraço.

    ResponderExcluir
  3. Amigo Galeno... ótimo trabalho elucidativo!
    Infelizmente o que vemos é desanimador... mas eu acredito, assim como a história tem nos revelado, que sempre após a uma derrocada moral, sempre insurge uma força estruturadora, digamos, da humanidade.
    Talvez falte um pouco mais de atitude daqueles que se dizem intelectuais, ou um quem sabe, um pouco menos de egoísmo de nossa parte?!!
    Bem, acredito no futuro... bom ver que vc está trabalhando em virtude de um futuro melhor, com as ferramentas que vc tem em mãos. E é justamente por isso, meu amigo, que creio na humanidade, pois sempre existe no meio do joio um bom grão de trigo, que servirá, não obstante, de semente para uma nova semeadura.
    Lutemos! É preciso acreditar no homem, como diz Tagore: “os homens são maus, mas o homem é bom”.
    Um abraço, meu nobre amigo!

    Hênio Aragão

    ResponderExcluir
  4. Caro Hênio,

    Que alegria receber sua visita e sua contribuição para nossa reflexão.
    Realmente, às vezes nos sentimos desanimados, mas não podemos deixar que idéias pessimistas nos dominem.
    Como disse Meimei, através de Chico Xavier, não podemos perder nossa fé entre as sobras do mundo. Precisamos fazer brilhar a nossa luz, como nos recomendou o Mestre Maior.

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  5. NOSSO SISTEMA TEM QUE FAZER MUITO PELO PAÍS.MAS NÓS TEMOS QUE FAZER NOSSA PARTE.SÓ VOTO NÃO ADIANTA.CUBA tem que aprender muita coisa,mas também temos que aprender uma coisa que lá tem e aqui não tem:as pessoas participam na sociedade deles.Essa participação que os brasileiros só tem quando estão em tal religião,mas politicamente falando,esta longe.FAÇAMOS O BEM,e sempre acendamos a esperança aos que nada tem.FRANCISCO DE ASSIS,FRANCISCO XAVIER fizeram a parte cristã deles,mas e nós,estamos empenhados no caminho?CRISTÃOS SEJAMOS!

    ResponderExcluir

Sua contribuição será muito bem vinda. Obrigado por participar. Que o Mestre Jesus nos ilumine.