terça-feira, 28 de setembro de 2010

O MAIS BELO ARTIGO DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL



A Lei Fundamental do ordenamento jurídico brasileiro, que também é base para a ação política, é pródiga de expressões capazes de inspirar contentamento, principalmente se fossem empregadas integralmente. Mesmo que ainda careça de aplicação, a beleza da Constituição Brasileira se manifesta nos ideais que representa: justiça, liberdade, respeito às diferenças, proteção aos mais necessitados, entre outras tantas metas que, certamente, serão o resultado das conquistas morais de nossa sociedade.

De todos estes ideais consagrados na Lei Maior, inclino-me, particularmente, à beleza do artigo 225, que transcrevo:

“art. 225 CF – Todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

Mesmo com toda a importância do tema “meio-ambiente”, o ponto que desejo destacar aqui é o conteúdo moral encontrado na norma. Acredito que este artigo representa, como nenhum outro, os ideais de solidariedade e fraternidade mais nobres, pois demonstra cuidado não somente com o indivíduo, mas com o conjunto da sociedade, tanto a presente quanto a futura.

A capacidade de pensar nos outros indivíduos de modo cuidadoso e meigo é um grande avanço moral do ser humano, postura que foi ensinada pelo Mestre Jesus: “faz aos outros o que deseja para ti mesmo”. Quando desenvolvermos o amor ao próximo, saberemos cuidar até daqueles que não convivem diretamente conosco e ainda dos que vão nascer, ou seja, as gerações futuras indicadas no dispositivo constitucional.

Além do mais, o mencionado artigo nos alerta sobre a necessidade de praticarmos os nossos deveres para que possamos usufruir de direitos, estimulando-nos ao cumprimento de nossa responsabilidade pessoal e coletiva, indicando que não devemos só esperar ações dos governantes e que a conduta de cada indivíduos é de fundamental importância para o bem comum.

No momento em que percebermos que o bem-estar individual é proporcional à nossa contribuição para o bem comum, iremos construir uma sociedade justa, harmonizada, pacífica e, realmente, civilizada.

Que os ideais de responsabilidade e fraternidade inspirem nossa conduta nas eleições do dia 03 de outubro, para que possamos construir uma sociedade mais bela, inspirados pelo amor do Mestre Jesus Cristo.

Muita luz e paz a todos os que acompanharam e contribuíram com o blog ESPIRITISMO E POLÍTICA.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A FELICIDADE PODE SER DESTE MUNDO



Já sabemos, pelos ensinamentos de Jesus, que a felicidade não é deste mundo, pois ainda impera em nosso orbe muitas dores e angústias, em decorrência de nosso atraso moral. No entanto, o Mestre Maior nos proporcionou as orientações necessárias para que possamos, algum dia, alcançar o estado de ventura e contentamento perpétuo.

No capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no tópico “a felicidade não é deste mundo”, os orientadores espirituais nos convidam a refletir sobre os progressos alcançados pela nossa sociedade, indicando-nos que podemos deduzir deles novos e mais fecundos melhoramentos sociais. Além disto, nos alertam acerca da tarefa que a Doutrina Espírita tem de colaborar para o progresso humano.

Através das expressões utilizadas pelos Espíritos esclarecidos na obra citada: melhoramentos sociais e progresso futuro, fica evidente que a evolução esperada alcançará todos os aspectos da vida coletiva, inclusive nas instituições e condutas políticas, que serão transformadas pela ação regeneradora da benevolência e da humildade, na proporção dos nossos esforços em vivenciar a Lei de Amor, Justiça e Caridade.

Cada um que abraçar os ideais do Consolador tem um importante papel a cumprir neste processo de avanços para a transformação moral de nossa casa planetária. Sobre este ponto, os orientadores espirituais nos alertam: “é um dever fazer vossos irmãos participarem dos raios da luz sagrada”. E a forma mais eficiente de cumprirmos este dever é através de uma conduta moralmente digna, consciente e responsável.

No que se refere à participação política, particularmente, não podemos desconsiderar os desvios que se apresentam no caminho, como tentadoras ilusões de cargos, empregos, favores e vantagens, atiçando o orgulho e a vaidade e estimulando a prática das mais diversas iniquidades para satisfação pessoal, em detrimento do bem coletivo.

Em mais este momento de importantes decisões para o nosso país, o período eleitoral, mesmo que ainda não possamos nos considerar, ainda, felizes, faz-se necessária a nossa reflexão para sabermos se estamos cumprindo, fielmente, o compromisso solene com a Bondade Divina, de “preparar, às novas gerações, um mundo em que a felicidade não será mais uma palavra vã”.

domingo, 12 de setembro de 2010

INFANTILIDADES NA POLÍTICA



Ao tentar analisar, sobriamente, a nossa conduta política, percebemos como ainda estamos em um atrasado estado de infantilidade moral, marcado por sentimentos mesquinhos, como o egoísmo, a inveja e o despeito. Apesar de registrarmos avanços, muito nos falta para alcançarmos a maturidade moral.

Dentre estes comportamentos tolos, gostaria de salientar alguns dos mais comuns e refletir sobre suas causas e consequências:

VOTAR EM QUEM ESTÁ NA FRENTE – Conhecida popularmente como “Maria vai com as outras”, a pessoa que vota em quem aparece melhor nas pesquisas, demonstra falta de segurança nas suas próprias decisões. Estes eleitores não querem “perder o voto”, ou seja, rejeitam o sentimento de derrota por não eleger seu candidato. É o mesmo que torcer para o time que está ganhando, para não ferir o orgulho com a marca de “perdedor”.

TORCER CONTRA OS QUE GANHAM – Os membros da turma do “quanto pior melhor” torcem para que os seus adversários cometam falhas e, muitas vezes, até colaboram para que atitudes equivocadas ocorram, de modo a mostrar que foi um erro escolher um determinado candidato. Esta postura contraria a recomendação cristã de amar os inimigos, ou seja, agir de maneira caridosa com os nossos adversários e torcer para que suas condutas possam ser sensatas e capazes de beneficiar toda a coletividade.

HUMILHAR OS ADVERSÁRIOS DERROTADOS – Utilizando músicas debochadas, toques de buzinas, fogos de artifício, muitos candidatos e eleitores bem sucedidos nas campanhas, não perdem a oportunidade de ridicularizar os perdedores. Agem como se estivessem alcançado um prêmio para usufruto próprio e não uma grande responsabilidade, pela qual será cobrada uma prestação de contas.

VOTAR EM BRANCO OU NULO – Já falamos sobre o “voto de protesto”, que não costuma trazer bons resultados. Nesta mesma linha, muitos mostram sua insatisfação através dos votos em branco ou nulos. Às vezes até por desconhecimento da legislação, grande parte dos que adotam esta postura não percebem sua ineficiência, pois estes votos não são levados em consideração na contagem, apenas os votos válidos. Muitas vezes falta informação, antes de uma tomada de decisão.

Estes comportamentos infantis em nada dizem respeito à orientação evangélica, que nos recomenda ser semelhantes às crianças para merecermos o Reino de Deus. Naquela oportunidade, Jesus falava da necessidade de sermos simples e humildes. Porém, a infantilidade moral na política é um desajuste que dificulta a prática séria de atitudes de respeito à coisa pública e que colaborem para o bem comum.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

VOTO DE PROTESTO: OPÇÃO PERIGOSA


Em decorrência da insatisfação que algumas pessoas apresentam pela forma como a política é praticada no Brasil, é comum os eleitores manifestarem seu descontentamento através de uma conduta conhecida como “voto de protesto”, que normalmente se dá pela escolha de candidatos com jeito exótico, brincalhão ou com algum traço apelativo, distantes das qualidades necessárias para o exercício de qualquer função pública, como competência, experiência, liderança e moralidade. Porém, esta opção parece pouco acertada, em virtude das consequências prejudiciais dela decorrentes.

Primeiramente, percebe-se que esta conduta é incompatível com a Lei do Progresso, porque pretende mudar a política tornando-a, intencionalmente, pior do que já está. A situação fica ainda mais comprometedora quando os “votos de protesto” para o Legislativo possibilitam a eleição de outros candidatos, beneficiados pelo coeficiente eleitoral, que são nomeados quase sem representatividade. Os artistas e figuras folclóricas, quando eleitos pelo "voto de protesto", costumam arrastar outros candidatos ruins da mesma coligação.

O Brasil possui diversos exemplos de candidatos escolhidos pelo "voto de protesto" que se mostraram sem atuação, por desconhecimento ou despreparo diante dos assuntos referentes à coisa pública ou que se ligaram a grupos de interesses para se beneficiar da posição política alcançada.

O sentimento íntimo de insatisfação é um dos mecanismos da Lei do Progresso, que impele o ser humano a buscar sempre o melhor. Quando estamos insatisfeitos, a atitude natural e sensata é encontrar formas de gerar bem-estar, ou seja, reformar o que não nos agrada. Mas o que se observa com o tal "voto de protesto" é a opção por alguém, reconhecido pelo próprio eleitor, como incapaz de mudar a realidade incômoda vivenciada, mas que é escolhido apenas por deboche, galhofa ou revolta, normalmente fruto da descrença de que qualquer outro candidato possa fazer algo capaz de melhorar a situação atual.

É muito difícil sabermos se os nossos escolhidos realmente irão cumprir com os compromissos assumidos, porém, é relativamente fácil perceber que alguns não têm condições de desempenhar funções públicas relevantes. Em outras palavras, não é tão simples identificar quem é bom, porém, evitando os preconceitos, muitos são nitidamente incapazes de assumir a tarefa a que se propõem. Para protestar e reformar o que não nos agrada, também precisamos usar o mínimo de bom senso e discernimento.