quarta-feira, 24 de março de 2010

OS JOVENS ESPÍRITAS E A POLÍTICA

QUE TAL CARREGAR O VÍDEO ABAIXO ENQUANTO VOCÊ LÊ O TEXTO?



Juventude e política são fenômenos que mantêm uma íntima relação. Como imaginar as revoluções, as manifestações, as reivindicações sociais frente às instituições de poder sem a irreverência, a empolgação, o vigor, as esperanças e até o inconformismo encontrados comumente nos jovens?
Se incluirmos as faixas etárias entre 16 e 34 anos de idade como jovens, iremos encontrar o mais amplo grupo de eleitores brasileiros. Mais uma vez, o maior peso para conduzir o futuro político do Brasil estará nas mãos dos mais jovens.
No entanto, vivemos um período sui generis no Brasil, em que os nossos jovens não se interessam muito pela política, diferentemente do que ocorreu no auge do movimento estudantil, no combate à ditadura, na luta pela redemocratização, na manifestação dos cara-pintadas...
Há um preocupante comodismo, decorrente do modo de vida individualista e interesseiro da atualidade, com ampla atenção voltada a jogos eletrônicos, desejo consumista desenfreado, relacionamentos virtuais, falta de compromisso emocional (manifestado no ficar), aumento do uso de entorpecentes/alucinógenos, vasta oferta de produtos de entretenimento, dentre outros fatores que criam necessidades fictícias individuais e materiais, em detrimento do interesse pelo bem comum e pelo bem-estar moral.
Diante disso, cabe aos que já foram tocados pela luz do esclarecimento, conduzir o processo de transformação, pois, muito se pedirá àquele que muito recebeu. Em especial, fazemos um apelo para a iniciativa dos grupos de jovens espíritas, principalmente os que encontram dificuldades de agregação. Na atualidade, a juventude não tolera somente os estudos teóricos e apáticos, sem dinâmicas ou associações com atividades que contribuam para o bem da coletividade.
Sugiro, então, que as mocidades espíritas desenvolvam um projeto de conscientização dos jovens eleitores e busquem a comunidade onde estão inseridos para mostrar a importância da participação política responsável. Podem se identificar como “Caravana do Jovem Cidadão” ou algo parecido e marcar horários nas escolas para palestras e debates. Jovens conversando com jovens sobre as características e desafios da política brasileira e a contribuição de cada um para a melhoria desta realidade. É claro que essa iniciativa não deveria ter cor partidária, mas respeito à pluralidade e o estímulo à convivência sadia e respeitosa.
Em qualquer cartório eleitoral veremos que a maioria dos jovens que se alistam são levados por candidatos ou cabos eleitorais, usados como “massa de manobra”, outros tantos se alistam sem saber se vão votar, completamente desestimulados e outros mais, mesmo com o direito, não têm interesse em se alistar, muitas vezes pela descrença. É compreensível (mesmo que inaceitável) ver tal comportamento em pessoas que já atravessaram muitas amarguras e desilusões em uma existência, mas quando se manifesta em um jovem, espírito eterno que recebe de Deus a oportunidade de renovar seus ideais, atitudes, metas na nova encarnação, é de lamentar.
O jovem espírita tem a importante oportunidade de participar ativamente e de modo amoroso, de um movimento pacífico e organizado em campanha pelo voto responsável. Juventude espírita, o Brasil necessita de sua participação consciente na construção de uma organização social mais justa, democrática e fraterna.


quarta-feira, 17 de março de 2010

PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: QUESTÃO DE CARIDADE



ENQUANTO VOCÊ LÊ O TEXTO, SUGIRO QUE CARREGUE O VÍDEO ABAIXO. A MENSAGEM É BELÍSSIMA E NOS CONVIDA AO EXERCÍCIO DA CONVIVÊNCIA RESPONSÁVEL.

De acordo com a questão 866 de O Livro dos Espíritos, a compreensão do sentido da palavra caridade, da forma como nos ensinou Jesus, inclui a benevolência para com todos. Desta maneira, podemos compreender como caridade todas as práticas que se comprometem com o bem-estar coletivo, das quais faz parte a ação política séria e responsável, tanto de eleitores como de detentores de mandatos e lideranças sociais.

Aqueles, portanto, que dizem não se preocupar com política e que apresentam variadas justificativas para isso (chatice do assunto, a incompreensão do sistema, a desilusão em relação ao tema ou qualquer outra desculpa) perdem uma excelente oportunidade de contribuir para o bem comum, ou seja, de agir caridosamente.

Queiramos ou não, as ações políticas interferem bastante na vida de todos nós, em especial na vida da população de menor poder aquisitivo e baixos índices de escolaridade, mais afetadas pelas políticas públicas (ou falta delas). Mesmo com todos os avanços, que foram expressivos nos últimos 20 anos, ainda temos mais de 30 milhões de brasileiros que vivem em condições de miséria, a concentração de renda é uma das maiores do mundo e 10% da população nacional é analfabeta. Se não bastasse isso, ainda temos os desafios urbanos, os elevados índices de violência e desemprego, os problemas no atendimento de saúde, a deficiência da infra-estrutura econômica e a ameaça aos nossos ecossistemas, além de tantos outros obstáculos para uma convivência digna, justa e harmoniosa, como a corrupção que, se não existisse, de acordo com a ONG Transparência Internacional, a renda média do brasileiro aumentaria 6 vezes.

Ser cristão e amar o próximo é desejar para cada um desses milhões de irmãos brasileiros o que queremos para nós mesmos. É abandonar o discurso vazio e vivenciar os ensinos do Cristo. E tudo isso também envolve uma participação política séria, seja como candidato, seja como eleitor.

Em anos como este a nossa responsabilidade se multiplica, pois devemos escolher 6 representantes políticos, fato que só acontece a cada 8 anos: presidente, 2 senadores, deputado federal, governador e deputado estadual. Colaborar positivamente neste processo de eleição é fundamental para que nossa sociedade alcance novos progressos. Caso contrário, poderemos passar muito tempo a lamentar o que ainda falta ser feito.

Mesmo sendo aproximadamente 5% dos brasileiros, nós, espíritas, temos muito a contribuir nesse processo, pois somos o grupo religioso de maior escolaridade do Brasil e que muito pode colaborar, através da educação e conscientização dos demais brasileiros quanto à responsabilidade na escolha dos nossos mandatários.


terça-feira, 9 de março de 2010

Kardec e os temas da política 2: A ESCOLHA DOS GOVERNANTES

No livro Obras Póstumas iremos encontrar o texto em que Kardec aborda o tema das ARISTOCRACIAS, que, em síntese, trata da evolução na forma como os dirigentes políticos dos povos alcançam, mantêm e utilizam o poder.


O codificador considerou que os “chefes” são necessários para conduzir uma sociedade e proteger os seus membros. Relata, então, uma breve síntese de como os dirigentes atuaram ao longo da história e nas diversas sociedades.

Em seu resumo histórico, Kardec lembra dos seguintes “chefes” políticos:

• os patriarcas, chefes familiares que conduziam pela sabedoria;

• os chefes militares, que alcançaram o poder pela força bélica e organização na defesa de seu povo, além das conquistas territoriais em relação aos povos vizinhos;

• os nobres, donos de títulos e bens conquistados pela força ou herdados e que transmitiam tais valores, por sua vez, aos seus sucessores, justificando seus privilégios como determinação divina;

• os “revolucionários”, originados das “classes inferiores” (oprimidas) e que empregaram a inteligência em conquistas sociais para suas classes;

• os endinheirados, decorrentes da habilidade empreendedora, mas que em muitos casos estava desacompanhada da moral;

Diante de tal lista, esclarece o codificador que cada povo e cada contexto histórico têm o aristocrata que merece e que sempre é fruto dos interesses e idéias predominantes na sociedade.

Falta, porém, alcançarmos o governo da liderança que, ao mesmo tempo, é adornada pelas qualidades da inteligência e da moral ilibada. Tal fato ocorrerá no momento em que o bem e a instrução dominarem a sociedade. Atentemos para uma passagem do texto que parece corresponder à nossa realidade atual: “hoje a inteligência domina (...) e vedes o homem do povo chegar aos primeiros cargos (...) seria possível juntar-lhe a moralidade?”. Claro, mas para isso, como acrescenta Kardec, é preciso que a moralidade domine numericamente.

Alerta ainda o insigne professor que não devemos perder a esperança de que isso ocorra. Pelo contrário, devemos nos esforçar para que essa realidade se concretize o mais rápido possível, ainda mais porque temos o Espiritismo, apontado pelo codificador como uma causa que deve apressar o advento do progresso social. Cabe a cada um de nós se esforçar para participar desta conquista. O que estamos esperando?

quarta-feira, 3 de março de 2010

DE BAIXO PARA CIMA


Todo político é ladrão”. “Votar não faz diferença nenhuma, nada muda mesmo”. “O Brasil não vai pra frente nunca, com tanta corrupção dos políticos”. Frases como essas representam um pouco das manifestações de desânimo e descrença quanto ao comprometimento de nossos representantes políticos na construção de uma sociedade melhor.


Elas indicam uma imensa ilusão de nossa cultura social: “a do salvador da pátria”, a idéia de que as transformações para uma sociedade melhor serão conduzidas por um chefe político, que fará tudo sozinho, enquanto assistimos de camarote a evolução promovida por um verdadeiro messias salvador do povo.

Essa visão é muito cômoda, pois coloca somente nos outros (representantes políticos) a responsabilidade de melhorar a sociedade em que vivemos, afastando as necessárias atitudes da participação e de controle social nas decisões e destinos de nossa nação.

Além do comodismo, há uma clara aceitação social das práticas inescrupulosas e corruptas “estreladas” pelos nossos representantes políticos e seus aliados. Quem já não ouviu ou disse que “se estivesse no poder também roubaria”, ou ainda que aceita que roubem desde que façam uma boa administração: “rouba, mas faz”. Esse modo de pensar reprime as mudanças, pois viabiliza a corrupção e abre caminho amplo para os mal-intencionados.

Diante disso, fica claro que os representantes políticos espelham a postura dominante na sociedade. Se há muita corrupção é porque aceitamos e/ou participamos da corrupção (principalmente com o jeitinho brasileiro). Quando formos rigorosos com a nossa conduta moral, não iremos admitir representantes que hajam de maneira torpe.

As grandes mudanças morais partem da conscientização individual e da transformação íntima, até alcançar a maioria dos indivíduos. É um processo que parte da educação pessoal, que se combina com a mudança dos demais sujeitos até se tornar uma força transformadora. Assim como a regeneração não acontecerá como um passe de mágica, a melhoria das condições sociais não virá de um messias ou de um automatismo divino.

A mudança irá partir de cada um de nós. Vamos, então, fazer com que estas idéias do amor ao próximo e da responsabilidade perante a lei divina sejam “contaminadas” no nosso meio social. Essa será a força que nos blindará contra a corrupção, os desmandos, os abusos na prática política e que prejudicam tanto a nossa coletividade. Lembremos de Jesus (Mt.6,33): “buscai primeiramente o Reino dos Céus e sua Justiça (a transformação moral) e tudo o mais vos será dado por acréscimo (paz, fraternidade e melhoria das condições sociais).

DO BRASIL PRO MUNDO INTEIRO