quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O “JEITINHO” BRASILEIRO

         A maior “praga” do Brasil é o “jeitinho brasileiro”. Ele infecta todos os aspectos da vida social, abalando as bases de um convívio respeitoso, honesto e justo. É a manifestação e prática da corrupção, de desvios de conduta, de atitudes interesseiras  e sórdidas.
O propagado “jeitinho brasileiro” é um eufemismo para designar as ações que são praticadas em franco desrespeito às leis e à ética, que de algum modo, prejudicam outra(s) pessoa(s) ou o próprio Estado. Assim, busca-se alcançar rapidamente um resultado ou conquistar um benefício.
É manifestação do materialismo imediatista, pois sua ocorrência se dá através de pessoas confiantes de que a justiça não irá punir seus atos e que, portanto, deve aproveitar o momento para alcançar todas as conquistas possíveis, buscando apenas a satisfação pessoal ou de um grupo.
Também é manifestação do egoísmo, pois o praticante não expressa nenhuma preocupação com o semelhante e age com a certeza de que prejudica algo ou alguém. O que importa são, primeiramente, os seus interesses pessoais.
Como um povo pode progredir quando o desrespeito às leis e ao próximo são práticas rotineiras, aceitas socialmente? Dentre as quais podemos citar: furar fila, mania de atrasar nos compromissos, fazer “gato” (furto de energia), adquirir deliberadamente produtos falsificados (pirateados),  estacionar em faixa dupla, oferecer ou receber propinas... A lista é gigante.
É claro que não somo santos, nem anjos ainda, mas a Doutrina Espírita nos faz entender que a Lei de Causa e Efeito não deixará impune nenhum ato (questão 964 do Livro dos Espíritos), mesmo que a justiça humana não alcance, mesmo que aceito socialmente, pois toda conduta que prejudica alguém gera desequilíbrio no Universo, fazendo surgir a necessidade de reparação, nesta ou em outra existência. E o que parecia ser uma vantagem, conquistada pela “malandragem”, torna-se um fardo para o praticante carregar até corrigir o que fez de errado.
           Portanto, o melhor é tentarmos fazer tudo da forma correta e percebermos que os pequenos atos de desvios de conduta também dão margem e legitimam os grandes atos de corrupção praticados pelos ocupantes de cargos públicos. Se nós fizermos a nossa parte de modo ético e legal, certamente os grandes corruptos encontrarão menos oportunidades de “explorar a viúva”, “meter a mão no alheio”, “agir por baixo do pano”, “cometer maracutáias”, “ajeitar os amigos”, “fazer o povo de besta”, “mama o leite da vaca”, ou seja, de darem um jeitinho brasileiro.

3 comentários:

  1. Caro Galleno, parabéns seu blog e parabéns mais ainda por ter escolhido um tema tão oportuno para debater neste democrático espaço. Realmente algumas práticas cotidianas podem passar despercebidas, como você lembrou, mas todas elas serão cobradas no futuro, então, convém que todos nós, principalmente os que temos conhecimento da doutrina espírita, procuremos ter atitudes honestas o tempo todo, assim ficaremos em paz com nossa consciência, sabendo que estamos fazendo a nossa parte.

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  2. Caro Robson, obrigado pelo incentivo. Como você lembrou, a consciência tem que estar harmonizada com a lei divina nela inscrita, portanto, o que esperamos não é a aparência do puritanismo, mas a superação constante do nosso egoísmo através da vivência continuada dos princípios espíritas e evangélicos, em todos os aspectos da vida, inclusive a vida pública.
    Paz e luz.

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  3. ÓTIMO!FAÇAMOS ISSO E TUDO SERÁ MELHOR!

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Sua contribuição será muito bem vinda. Obrigado por participar. Que o Mestre Jesus nos ilumine.