domingo, 6 de junho de 2010
IDÉIAS DIVERGENTES
Dentre outros conceitos, a política pode ser entendida, de modo geral, como a disputa de interesses. Em virtude disso, a prática política dificilmente ocorre sem o desacordo de propósitos. Saber conviver com as divergências é fundamental para a construção de uma política responsável e proveitosa. A Doutrina Espírita também tem importantes contribuições neste aspecto.
Em primeiro lugar, temos que destacar o exemplo de Kardec no contato com os opositores do Espiritismo, que eram sempre tratados com respeito e tolerância. O mestre de Lion nos deixou o entendimento de que as idéias espíritas são “aceitas por convicção e não por constrangimento”. Dessa maneira, nos estimulou a usar métodos de convencimento, sem agredir ou causar coação àqueles que divergem de nosso pensamento, ao mesmo tempo em que devemos possibilitar a manifestação de idéias contrárias, em respeito à liberdade de conduta.
Outro grande exemplo que temos é dos benfeitores espirituais mais esclarecidos. Quanto mais moralizado e sábio for o espírito, mais suaves e convincentes são suas palavras. Os espíritos bons agem com a força da brandura para expor uma idéia ou dar uma instrução. Assim, lamentam, mas entendem que muitas de nossas decisões são resultantes da pouca experiência ou de vícios que provocam consequências desastrosas.
E o maior de todos os exemplos temos em Jesus, que encontrou uma feroz oposição às suas idéias, pois estas tinham condições de provocar grandes mudanças no organismo social onde estava inserido. Sem ofender seus opositores, o Mestre Maior mantinha-se firme em suas convicções e propósitos, sofrendo, em contrapartida, toda espécie de infâmia. Mas seus ideais se mantêm firmes e são a base de toda sociedade que pretenda ser justa e próspera.
Os espíritas deveriam estar habituados ao respeito e tolerância pelas idéias divergentes, incluindo as que surgem com a política, onde é comum a ocorrência de grupos de apoio e de oposição aos ocupantes momentâneos dos cargos públicos. Se seguirmos os exemplos apontados acima, a relação com os que divergem de nosso pensamento será mais serena, pacífica e tolerante, sem deixar, por isso, de nos mantermos firmes, decididos e convictos quanto aos ideais que abraçamos.
Sejamos situação ou oposição no debate político, sempre podemos manifestar nossas idéias com respeito e de modo pacífico, se temos fé na verdade e no futuro. Porém, quando nossas opiniões decorrem de interesses egoístas ou materialistas, a sua manifestação costuma ocorrer com imposições e violências, gerando profundo desequilíbrio no organismo social, dificultando o progresso e o bem estar coletivo.
As oposições são manifestações naturais na humanidade, formada por espíritos com graus diferentes de experiência e percepção da realidade. O contato com opiniões antagônicas possibilita o crescimento e aperfeiçoamento dos seus defensores, na busca da verdade e da melhor forma de executar uma tarefa. As idéias divergentes vão continuar existindo, porém, se nosso interesse maior for o bem comum, encontraremos um caminho que poderá trazer bons resultados para os lados diferentes da contenda.
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